Artigo

Afinal, em quê pensar?

Por Rubens Amador - jornalista

Antes de Freud, em síntese, o estudo da mente resumia-se no seguinte: "O encéfalo é composto de uma parte anterior, principal (o cérebro), e de uma parte posterior, pequena (o cerebelo), que está alojado no crânio, mas as suas ramificações com o sistema nervoso estendem-se a todas as partes do corpo. Este sistema é o nosso meio de contato com o mundo exterior e com o mundo interior de nossos corpos. Porém, este sistema nervoso central vai além de apenas nos conectar com esses dois mundos. Faz com que, milagrosamente, aconteça algo de suma importância no universo: permite-lhe saber quem somos, que estamos vivos, e que estamos aqui. E ligando-se todas suas diferentes partes, temos uma unidade.

Dessa interação é que parte um pressuposto religioso filosófico. Pois nessa altura chegou Freud e, genialmente, estudou o homem partindo dessas conexões, mas fazendo descobertas que, embora fossem continuação de estudos de outros, como Broca e Pavlov, por exemplo, chegou a este universo que é o nosso inconsciente, com a sua capacidade de gerar criatividade ou negatividade. Freud defendia a ideia de que nós todos, no recesso de nosso inconsciente (em nosso Id), acreditamos na nossa própria imortalidade. Poderíamos examinar todos os povos antigos, que emprestavam à eternidade uma grande importância ritualística. Mas, de repente, a humanidade, com exemplos atuais, mostra que, com todos os progressos postos a seu alcance, aqui e ali denota também um enorme desapego à vida; caso de nove jovens que se suicidaram, no Japão, há algum tempo, coletivamente, todos com idades ao redor dos vinte anos.

Já por outro lado, o nosso Fernando Sabino lutou bravamente contra um câncer. Christopher Reeves, o Super Homem das telas, foi outro exemplo de amor à vida, também lutando até o fim, por anos a fio, contra uma morte em vida. Agora, na América, uma jovem de 17 anos, ao retornar para casa após uma festa, teve seu carro capotado em uma ribanceira. Pois ela ferida; sem alimentação ou água; sobreviveu por oito dias, até ser descoberta naquela situação limite. E o nosso trânsito que leva várias vidas jovens em acidentes fatais nas estradas todos os dias. E o paradoxal é que a maioria é de jovens pelos vinte anos, mas que dirigem em altas velocidades, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

Ao final a gente fica se questionando, por que abusam do perigo? Será que acreditam em uma imortalidade presumida - "só acontece com os outros!" - ou pelo contrário, estarão se matando inconsciente ou conscientemente, em um pacto subjetivo, como fizeram os jovens japoneses, combinando pela internet, aquele fim coletivo lá do início? Onde está a lógica? Ou esta não sobrevive em certas mentes jovens? Estariam sem Esperança? Ou sem Deus?

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